Abstract

This article examines the relationship between medicine and the aviamento, a system of debt-peonage that structured exchange along the Brazilian Amazon during the nineteenth and twentieth centuries. Under the aviamento, merchant elites leveraged control over health resources to broker an unequal exchange between generalized suffering and limited access to care. In the 1980s, health activists mobilized to overturn the aviamento’s care regime and institutionalize health care as a universal right and state obligation. Despite subsequent growth in medical infrastructure, interviews with contemporary health-seekers demonstrate the public system’s increasing susceptibility to private appropriation, as well as the limitations of biopolitics as a framework for understanding medicine’s relationship to power under the COVID-19 pandemic. Rather than a diffuse instrument of social control, medicine is conceptualized here as a perpetual interchange, one in which brokers’ ability to direct health-seekers’ pathways from affliction to cure situates day-to-day health struggles within a regional history of social conflict. 

RESUMO

Este artigo aborda a relação entre a saúde e o aviamento: um sistema de servidão por dívida que estruturou a economia mercantil ao longo do rio Amazonas durante os séculos XIX e XX. Sob o aviamento, comerciantes usavam controle sob medicamentos para manter uma troca desigual entre o sofrimento generalizado e o acesso limitado às curas. Durante a década de 1980 militantes da reforma sanitária brasileira se mobilizaram para derrubar o regime curatorial dos comerciantes e instituir a saúde como um direito universal e obrigação do estado. Apesar do crescimento subsequente do sistema sanitário, entrevistas com trabalhadores rurais mostram a crescente susceptibilidade do sistema público aos interesses particulares e as limitações de biopolítica como uma ferramenta analítica para interpretar a relação entre medicina e poder debaixo da pandemia de COVID-19. Mais do que um instrumento difuso de controle social, a medicina é conceituada aqui como um intercâmbio perpétuo, no qual a capacidade dos agentes de direcionar os caminhos dos buscadores de saúde da aflição à cura situa as lutas cotidianas pela saúde dentro de uma história regional de conflito social.

Keywords

public health; biopolitics; Amazon; Brazil; unequal exchange; saúde pública; troca; biopolítica; Amazônia; Brasil